sexta-feira, 10 de julho de 2009

O PERIESPÍRITO


    A DOUTRINA ESPÍRITA admite que o homem é um ser trino: Espírito, Periespírito e Corpo. Tenho sempre me perguntado: se EU tenho um Espírito, um Perispírito e um Corpo quem sou EU? Inicialmente busquei resposta na Doutrina Espírita e não encontrei. Na busca encontrei no grupo do Hare Chrishna  a resposta de que a ilusão da matéria nos faz crer que somos donos destes elementos, mas continuei na dúvida se tenho ilusão Quem sou Eu? Voltei a Doutrina que sempre nos traz surpresa.
Pela Doutrina o Espírito quer e manda uma ordem ao Corpo via  Perispírito e o Corpo obedece, por exemplo: eu quero andar (o Espírito quer) essa informação é enviada ao Corpo via Perispírito e o Corpo anda. Essas atividades são executadas dentro de um processo, isto é as atividades são executadas uma a uma e em sequência. Como o Espírito sabe que o corpo obedeceu a ordem? Pela visão o Espírito vê que a ordem foi cumprida, pelo movimento sente que o corpo se desloca, o mecanismo do ouvido também percebe que o corpo obedeceu a ordem do Espíriito, essas percepções são enviadas ao cérebro que se comunica com o Espírito. Assim as informações não são tratadas como um simples processo mas por um processo sistêmico, isto é, há informações de retorno, realimentação, de volta à origem, o Espírito. Com essas infaormações o Espírito pode tomar uma decisão, por exemplo, o Espírito percebe que está rápido demais e diminue a velocidade, percebe que há um obstáculo à frente e o evita, etc.. O Espírito é um ser cibernético e deve também ser estudado com as teorias da Cibernética e Teoria dos Sistemas abertos que poderá criar modelos para a psiquiatria, é o meu pensamento.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A EVOLUÇÃO DOS ESPÍRITOS

     O conceito de que os Espíritos foram criados simples e ignorantes porém perfectíveis junto a hipótese de que todos os seus atributos e propriedades existem pela redução citada em A Origem das Coisas, nos conduz à conclusão de que a evolução do Espírito se faz com o retorno progressivo aos atributos divinos. pois fomos criados a partir da essência divina."Filósofo nascido em 1632, John Lock foi um grande defensor do Empirismo. Na sua obra "An Essay Concerning Human Understanding" defende que o espírito humano seria inicialmente como um papel em branco, vazia de quaisquer caracteres, sem idéia alguma, onde nada estaria escrito e onde posteriormente tudo se iria escrever por ação da experiência. É à experiência que são devidos todos os nossos conhecimentos e raciocínios."
A redução citada em A Origem das Coisas é oposta ao conceito de John Lock pois o espírito pela redução passa a ser uma tabula plena com todos os conhecimentos e sentimentos divinos reduzidos a valores infinitesimais e sua evolução é feita de dentro para fora. Estímulos levam a evolução a valores sempre crescentes de seus atributos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

INTRODUÇÃO

    Dirijo-me aos espíritas que não conhecem o pensamento de Kardec. Eu sou um deles, mas tento conhecê-lo e, para isso, procuro estudar suas Obras, notadamente O Livro dos Espíritos onde estão os princípios do Espiritismo, considerado por Kardec como uma Doutrina Filosófica com características científicas e, como religião, apenas neste sentido.
Neste blog tentarei me conduzir por cenários inusitados mas que possam refletir a minha opinião sobre A Doutrina Espírita que considero esquecida pelos espíritas do movimento.
Escreveu Allan Kardec:
"Melhor observado desde que se vulgarizou, o Espiritsimo vem lançar luz sôbre uma porção de problemas até aqui insolúveis ou mal resolvidos. Seu verdadeiro caráter é, pois, o de uma ciência e não o de uma religião. E a prova é que conta como aderentes homens de tôdas as crenças, os quais, nem por isso, renunciaram às suas convicções: católicos fervorosos. que praticam todos os deveres de seu culto, protestantes de tôdas as seitas, israelitas, mulçulmanos e até budistas e bramanistas. Há de tudo, menos materialistas e ateus, porque estas idéias são incompatíveis com as observações espíritas."

(Revista Espírita, Maio de 1859, pg. 148)Assim o Espiritismo, doutrina filosófica, veio para ajudar as religiões quanto ao entendimento do mundo dos Espíritos.
É necessário que se leia e estude (estude!) a Revista Espírita, pois ali podemos perceber com muita propriedade o pensamento de Allan Kardec, item imprescendível à compreensão do Espiritismo.
O Espiritismo é uma doutrina filosófica centrada em Deus, por isso é importante compreender como esta Doutrina conceitua Deus. (Veja A Origem das Coisas).
Clique aqui para ver a biografia de Allan Kardec

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O ESPÍRITO

A questão 115 de O LE trata da criação do Espírito. "Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um uma missão com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo conhecimento da verdade e para aproximar-se de Si. A felicidade eterna e pura é para os que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhcimentos ao passar pels provas que a Lei Divina lhes impõe.
Uns aceita essas provas com submissão e chegam mais depressa ao objetivo que lhes é destinado. Outros somente as suportam com lamentação e por causa dessa falta permaneem mais tmpo afastados da perfeição e da felicidade prometida."
Fica claro que a evolução do espírito é uma Lei Divina. Deus dá ao espírito o livre arbítrio, possível no mundo relativo que criou (
A Origem das Coisas)
Assinalamos os seguines pontos:
a) simples e ignorantes - se Deus tem a perfeição absoluta como pode criar espíritos simples e ignorantes a partir de sua própria essência?
A simplicidade e a ignorância são efeitos da redução dos atributos de Deus no processo da criação do Universo limitado. Mas reduzido a uma condição de dimensões com limite zero mas não nulo existe no espírito a força intrínsica do retorno que atua logo cesse a redução. Nesse retorno está a condição de perfectibilidade pois retorna em direção aos atributos da essência divina da qual se originou.
Esse retorno dá ao Espírito a oportunidade de evoluir rapidamente sofrendo apenas a dor inerente à evolução ou por caminhos tortuosos e demorado se por uso de seu livre arbítrio decide não seguir a Lei Divina, o que lhe é permitido. A decisão de não seguir a Lei Divina afasta o Espírito do caminho suave mas a Lei o trará devolta. Quanto maior for o afastamento maior será a dor do retorno à Lei.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A ORIGEM DAS COISAS

   
Todas as religiões têm como princípio básico a existência de Deus, mas o conceito de Deus é muito amplo indo desde uma concepção antropomórfica (politeísmo, monoteísmo) até a concepção monística. Na concepção monoteísta encontra-se o conceito coberto pelo mistério como o Deus trino nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, possivelmente calcada na versão mais antiga dos Vedas: Krishna, Vishnu e Arjuna que podia apresentar-se com outras personalidades como Brahma, Shiva, etc. Jesus, o Filho, seria Arjuna na concepção védica. Jesus, o Filho, apresenta características idênticas a Horus um Deus do antigo Egíto: ambos tiveram seu nascimento anunciado por um anjo, nasceram de uma virgem, foram crucificados e ressuscitaram no terceiro dia.
A Bíblia, uma coletânea de 39 livros das Escrituras Hebraicas (Velho Testamento) e 27 livros das Escrituras Gregas Cristãs (Novo Testamento), totalizando 66 livros escritos por cerca de 40 homens em um período de 1.600 anos (1513 AEC a 98 EC). Dados do livro O Homem em Busca de Deus, pg 241, notando-se não haver aparente relação entre esses livros.
A meu ver a Bíblia assemelha-se a O Livro dos Espíritos que Kardec o dividiu em 4 livros, correlatos, e não em 4 partes.
O primeiro livro de O Livro dos Espíritos corresponde à Gênese, primeiro livro da Bíblia. Até a idade média predominava a cultura calcada no conhecimento concreto: a Terra era o centro do Universo, era plana e sustentada por três elefantes (não se perguntava em que os elefantes se sustentavam!), o sol nascia no leste e se punha no oeste. Era envolta por 7 esferas, na última estava Deus! Na periferia da terra havia o abismo com dragões. Era admissível que se pudesse construir uma torre e atingir a esfera divina. Absurdo é que Deus misturou as línguas para não continuarem a construir a escada! Diz-se que na idade média quando o padre Bartolomeu Gusmão (a confirmar) fazia experiência com o balão o Vaticano proibiu de continuar com a experiência, pois ele podia atingir a esfera divina e revelar o que ela continha! Predominava na cultura do período o conhecimento concreto, faltava-lhe o conhecimento abstrato e o conceito de infinito hoje predominante na cultura mundial.
A Bíblia começa com a Gênese onde Deus criou tudo, mas não conceitua o que é Deus, iniciando assim a fé cega, mas acredito normal, pois se sabia que Deus estava na 7a esfera e era conhecido. A dúvida era a própria Terra. Quem a criou?
O Livro dos Espíritos (A Bíblia moderna?) começa com o Livro I que se assemelha ao primeiro livro da Bíblia , mas predomina o raciocínio abstrato. O LE conceitua Deus (mesmo que se considere apenas como um modelo), a Bíblia não. Todos os atributos de Deus são conceituados como infinitos, idéia inconcebível na antiguidade. Não apresenta uma idéia monoteísta nem politeísta, mas monística, onde a criatura está na essência íntima divina não se separando dela, nem mesmo conceitualmente. Não há "espaço" entre Deus e a criatura. O que se levanta aqui é como explicar o mal, o homem pré-histórico, a matéria, etc. que são opostos aos atributos de Deus. Muitos explicam pela queda do espírito, por orgulho e pela inveja. Como um ser criado da essência divina pode ter inveja, ser orgulhoso e se rebelar se esta condição não existe em Deus? Kardec não aceitou a queda espiritual. Geralmente se busca a resposta pelo livre arbítrio. Que me parece que sozinho não soluciona a questão, pois o espírito sendo criado diretamente da essência divina teria os atributos de Deus e não teria livre arbítrio, pois não se pode admitir um Deus infinitamente inteligente que estivesse frente a uma escolha. O LE conceitua DEUS como “a Inteligência suprema causa primária de todas as coisas”. Deve-se observar neste conceito que Deus não é um ser que tem a inteligência suprema mas a própria inteligência suprema! Como entender isso? A questão 13 de O LE explicita a questão
Observação: onde se lê Deus entenda-se por coerência “inteligência suprema causa primária de todas as coisas”
13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma idéia completa de seus atributos?
"Do vosso ponto de vista, sim, porque acreditais abranger tudo; mas ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas idéias e às vossas sensações, não dispõe de expressões. A razão vos diz que Deus deve ter essas perfeições em grau supremo, pois se tivesse uma de menos, ou que não fosse em grau infinito, não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não deve estar sujeito a vicissitudes e não pode ter nenhuma das imperfeições que a imaginação é capaz de conceber.
"DEUS É ETERNO". Se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.
"É IMUTÁVEL". Se Ele estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
"É IMATERIAL". Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.
"É ÚNICO". Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização do Universo.
"É TODO-PODEROSO". Porque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obra de um outro Deus.
"É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM". A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade.
Observa-se que a inteligência suprema não foi incluída como um atributo, o que só poderia acontecer se essa inteligência não fosse um atributo de Deus e sim o próprio Deus.
A Questão 28 é mais contundente:
28. Sendo o espírito, em si mesmo, alguma coisa, não será mais exato, e menos sujeito a confusões, designar esses dois elementos gerais pelas expressões: matéria inerte e matéria inteligente?
"As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular a vossa linguagem, de maneira a vos entenderdes. Vossas disputas provêm, quase sempre, de não vos entenderdes sobre as palavras. Porque a vossa linguagem é incompleta para as coisas que não vos tocam os sentidos."Allan Kardec comenta: *Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria sem inteligência e um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão dessas duas coisas nos são desconhecidas. Que elas tenham ou não uma fonte comum e os pontos de contato necessários; que a inteligência tenha existência própria, ou que seja uma propriedade, um efeito; que seja, mesmo, segundo a opinião de alguns, uma emanação da Divindade, é o que ignoramos. Elas nos aparecem distintas, e é por isso que as consideramos formando dois princípios constituintes do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligência que domina todas as outras, que as governa, que delas se distingue por atributos essenciais: é a esta inteligência suprema que chamamos Deus.* (o destaque é nosso)
Veja que aqui Kardec confirma que Deus é uma inteligência e não um ser ou alguma coisa que tem essa inteligência!
Com estes conceitos temos a presunção de afirmar que Deus não cria diretamente de sua própria essência, pois nesse caso toda criatura seria igual a Ele! Sua sabedoria suprema não aceitaria isso!
Assim admitimos que a criação se inicie pela criação de um Universo, limitado e com todas as dimensões e atributos divinos reduzidos a um limite zero, não se anulando, como uma mola comprimida que tem sua dimensões reduzidas mas fica com energia em potencial. Logo que a pressão que a comprime cesse a mola se expande no sentido contrário (retorno). A criação segue as especificações que Deus adotou para ela. A redução poderá atingir o limite ou ir além a partir do qual se inicia o retorno em direção a Deus (o tal do big-bang seria o início deste retorno, mas com velocidade acelerada e sem queda de “estilhaço”).
Obs.: Há uma versão de O LE em que a primeira questão é "Quem é Deus? pressupondo que Deus é alguém. Consultamos uma versão em francês, impressa em Quebec e adquirida em Paris. A pergunta é "Que c´est Dieu?" isto é "Que é Deus?"